Eduardo Batarda

A sua obra tem uma primeira fase, narrativa, caracterizada pela disjunção entre imagens violentas e rebarbativas, servidas por um humor desinibido e (des)articuladas de/com textos ou escritas. O trabalho é marcado por contrastes de negros, vermelhos e brancos ou por harmonias de vermelhos, a que servem de referência a cultura pop em geral; as técnicas e métodos da banda desenhada e da ilustração, as influências de figurações “marginais” ou “baixas”. No plano de uma leitura emotiva, imediata, estas pinturas tendem a sugerir um efeito de vertigem, turbilhão, abismo – por vezes são literais representações de vórtices. Actualmente, superior em maturidade e depuração, a pintura de Batarda, alia uma certa contenção formal, uma espécie de apaziguamento, à capacidade de infinita e humorada multiplicação de sugestões e hipóteses de leitura que caracteriza todo o trabalho do autor.