Alberto Cedrón

Alberto Cedrón nasceu em Buenos Aires, em 1937, no seio de uma família numerosa onde se incentivava o prazer pela leitura, arquitectura, música e cinema. Com o pai, ceramista, aprende a trabalhar entre a experimentação e a disciplina, brincando com a Natureza, numa busca formal que será infinita e imprevisível. Só mais tarde, pelo encontro com Jorge Demirjan, Horácio Butler e Juan Carlos Castagnino, parece alcançar resposta para as suas incessantes dúvidas, não abandonando nunca o inconformismo com que enfrentava a Arte. Venezuela, Brasil, Chile, França, EUA, Itália, Paraguai ou Portugal, lugares que de perto privaram com as opções plásticas de Cedrón. O desenho, a pintura, a escultura, a cerâmica, a gravura. A experimentação com base em materiais convencionais ou alternativos, nunca sujeitos a padrões e correntes. “...passaram mais de 50 anos, sobre paredes, papel, pedra, latão, argila, “sucata”, enfim, materiais diversos, suportes diversos e também momentos históricos diversos (...)" e a mestria da sua técnica e criatividade expressivas, o seu reportório repleto de ingredientes populares, auto-biográficos, eróticos e sensuais, lúdicos ou familiares, de crítica social ou simbólicos, foram bastantes para realizar mais de uma centena de exposições individuais e colectivas, ser distinguido com mais de uma dezena de prémios e condecorações e procurado por coleccionadores públicos e privados. Quando amplamente amadurecidos, Obra e Artista acabaram por fechar-se em si numa angústia que viria a transformar-se em profunda indignação. Alberto Cedrón morre em 2007, não sem antes avisar: “Eu não me entrego”.