exposições - "Não, não abro mão da minha maré"

3 Novembro - 27 Novembro 2009

Galerias: MAC sol ao rato

Artistas: Maria João Franco

Não! / Não abro mão da minha maré. / As escarpas negras envoltas nas espumas / que o mar / arremessa / escorrem mar adentro / como a pele que dispo para te envolver. / E tu sabes / Que eu sei / Que nunca aconteces. / E que te quero. (Maria João Franco / 18 de Maio de 2009)____________________________________________________________________ O conjunto Imagem/Poema ou Imagens/Poema refere situações "alegóricas" que referenciam estados do "sentimento de estar". O fio condutor destas mensagens passa pela relação existencial de pesquisa entre mim e o mundo, ora inscrevendo-me nele como peça componente, sujeita a todas as manipulações, ora nas memórias percorridas pela sensação de ter estado até à constatação efectiva da existência de um eu gerador e suficientemente distanciado. São “picos” da consciência “que se dirige emocionada para o mundo” (J-P. Sartre) criando brechas de alerta em que a imagem surge no todo ou em parte fixando pontualmente a minha vontade. "Não, não abro mão da minha maré” é uma afirmação de consciencia do querer, mesmo até ao impossivel, como se a Terra se tornasse absurdamente mínima, na imposição máxima de contrariar todas as forças do cosmos. Querer nuclear criador de todas as emoções e paixões degladiando-se em horrores profundos ou em exaltações de amores indomáveis. "Não, não abro mão da minha maré”: Sentido do Estar, do Querer, do Viver! (Maria João Franco)