exposições - "“Ritos Interiores de Intensidade Mágica”"

4 Fevereiro - 25 Fevereiro 2014

Galerias: MAC álvares cabral

Artistas: Graciete Rosa Rosa

“Ritos Interiores de Intensidade Mágica” Pintura de Graciete Rosa Rosa Ano após ano, entre o MAC – Movimento Arte Contemporânea, espaço cultural que coordeno, e a Pintora Graciete Rosa Rosa tem-se estabelecido uma colaboração profícua, numa relação tão próxima que ultrapassa a relação meramente profissional. Falar da mulher é falar da pintora que há tantos anos a habita, orientando-lhe sentidos e direções, mas buscando nela a força vital que imprime nas telas, a força das memórias, a força de uma pesquisa constante e empenhada em alcançar respostas que há muito deixaram de ser procuradas. Mas a Graciete não desiste. E procura, tela após tela, essas verdades universais que nos distinguem dos outros seres, num repertório simbólico e rico que reflete as preocupações de quem não se cansa, de quem não se acomoda, de quem não abandona o ideal de criar um Mundo de sonho e “afetos”, que consiga diminuir o hiato que se estabeleceu entre o mundo material e o mundo espiritual. É na vitalidade orgânica desses afetos que Graciete Rosa Rosa encontra a energia criativa que imprime à sua obra, um composto da força e fragilidade que a caracterizam como mulher. Marcada pela musicalidade que a pincelada exerce sobre a tela, a sua obra é fortemente influenciada por um simbolismo metafórico, assinalado pela desmaterialização das formas, que anulam a própria dimensão da matéria e proporcionam-nos uma sublimação do que de mais íntimo, a obra da pintora tem para oferecer. Regida por uma intuição tremendamente feminina, a sua linguagem imagética liberta-se pela atitude imaginária com que nos conduz ao seu universo lírico, sendo a cor retratada na Exposição Ritos Interiores de Intensidade, como um jogo de harmonias, em sucessões de ritmos intensos e tenazes que cativam o olhar, e na memória dum inconsciente esquecido, mas presente em todos nós. Graciete Rosa Rosa é uma pintora-poeta, uma cronista do imaginário, vivendo a visão livre da sua figuração psicológica, inebriada por um clima ameno de luz e sonho, celebrando um amor inocente por uma natureza em liberdade, como num certo modo de espiritualidade ou de vida interiorizada, voltada para a integridade do ser existencial. Um universo de ternura em que o real e o onírico se cruzam, os vazios e os cheios se complementam, o reflexo e a imagem se confundem. Tudo em Graciete Rosa Rosa é pulsão. Fascínio que toca, que perturba, que sugere, que obriga a olhar. E a cada olhar vemos o quanto nos dá. Estamos hoje gratos, Graciete, por quão generosa tem sido em partilhar connosco tanto de si, dos seus mundos e das suas vivências tão ricas. Bem-haja pelo tanto que nos dá. Álvaro Lobato de Faria Diretor-Coordenador do MAC Movimento Arte Contemporânea